Unesp Sorocaba realiza 37º Congresso de Iniciação Científica e destaca projetos inovadores dos alunos
14/10/2025
(Foto: Reprodução) Alunos durante a apresentação dos projetos no 37º Congresso de Iniciação Científica da Unesp em Sorocaba (SP)
Divulgação/Unesp Sorocaba
A Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Sorocaba (SP) realizou na terça-feira (14) o 37º Congresso de Iniciação Científica (CIC), com o tema “Ciência e liberdade de pensamento em uma época de extremos”. O evento valoriza pesquisas de alunos da graduação e promove debates com a comunidade sobre temas atuais.
Nesta edição, cinco trabalhos serão selecionados: dois de Engenharia Ambiental, dois de Engenharia de Controle e Automação e um do Ensino Médio. Segundo a vice-diretora Sandra Masalskiene Roveda, a mostra tem atraído cada vez mais estudantes e contribuído para a formação dos futuros profissionais.
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“Eles têm desenvolvido projetos em temáticas muito abrangentes, e isso tem complementado a formação dos nossos engenheiros ambientais e engenheiros de controle e automação”, afirmou.
37º Congresso de Iniciação Científica da Unesp em Sorocaba (SP)
Divulgação/Unesp Sorocaba
O professor Eduardo Paciência Godoy, presidente da Comissão Permanente de Pesquisa, também destacou a relevância do evento. “O congresso tem sido uma oportunidade importante para incentivar os alunos a desenvolverem projetos e entenderem o papel da pesquisa na formação acadêmica.”
Neste ano, o evento registrou número recorde de participantes, incluindo 23 alunos do ensino médio pelo programa PIBIC Júnior. Entre os destaques está o projeto da estudante Maria Eduarda Pierami, do curso de Engenharia Ambiental. Ela desenvolveu uma pesquisa que transforma a lama vermelha — resíduo da mineração de alumínio — em microesferas poliméricas com potencial de uso sustentável.
“A lama vermelha é um passivo ambiental enorme. Ela é resultado da mistura da bauxita com soda cáustica e não pode ser descartada de qualquer forma, porque pode contaminar o solo e a água”, explicou Maria Eduarda.
Professora Maria Lúcia Pereira Antunes e a aluna Maria Eduarda Pierami
Arquivo Pessoal
O Brasil é um dos maiores produtores de alumínio do mundo, e para cada tonelada fabricada, quase o dobro é gerado em lama vermelha. O objetivo do projeto foi encontrar uma nova função para esse resíduo.
“A ideia era encontrar uma forma de dar destino a esse resíduo. A lama vermelha já é usada em alguns testes na construção civil, mas a gente quis ir além”, contou.
Com apoio da orientadora, Maria Eduarda passou a trabalhar com hidrogéis — microesferas feitas com alginato de sódio, substância extraída de algas e usada na culinária e na medicina. “A gente conseguiu incorporar a lama vermelha nessas esferas, transformando um resíduo perigoso em algo útil.”
As microesferas encapsulam substâncias como a lama vermelha, permitindo seu reaproveitamento sem liberar químicos no ambiente. Isso ajuda a reduzir a poluição e evita a inalação de partículas tóxicas, segundo a pesquisadora.
O projeto garantiu à estudante o primeiro lugar no congresso. “Eu nem sabia que dava pra ganhar prêmio. Achei que era só apresentar o projeto. Quando chamaram meu nome em primeiro lugar, eu fiquei em choque”, disse, rindo.
Maria Eduarda também foi a primeira aluna da área de Exatas da Unesp Sorocaba a vencer o CIC. A conquista rendeu uma nova bolsa de pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Com o apoio, ela iniciou a terceira fase do projeto. O objetivo agora é testar o uso das microesferas na agricultura, avaliando se elas ajudam a controlar a liberação de nutrientes.
Apesar da premiação, Maria Eduarda afirma que o maior ganho foi o aprendizado. “Eu entrei achando que não sabia nada e saí vendo que posso contribuir com algo importante. A iniciação científica é isso: fazer a gente aprender, se desafiar e descobrir o próprio potencial.”
Maria Eduarda Pierami e os demais alunos classificados para a segunda fase do CIC
Arquivo Pessoal
* Colaborou sob supervisão de Eric Mantuan
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