Pesquisadores recrutam cães idosos para estudo clínico e tratamento gratuito do 'Alzheimer canino'; veja os sinais da doença

  • 28/08/2025
(Foto: Reprodução)
Pesquisa investiga 'Alzheimer canino' e testa tratamento para cães idosos em Botucatu Pesquisadores da Unesp de Botucatu (SP) investigam a versão canina do Alzheimer, doença que atinge cães idosos e causa sintomas parecidos com os observados em humanos. A pesquisa já acompanha animais como Nutella, uma pug de 13 anos, e Benjamim, um cão de 11, para buscar diagnósticos precoces e novos tratamentos. 📲 Participe do canal do g1 Bauru e Marília no WhatsApp Nutella é acompanhada no Hospital Veterinário da Unesp de Botucatu. Segundo o tutor, o aposentado Eric Ebling Dubugras, o envelhecimento mudou o comportamento da cadela, mas os cuidados permanecem constantes. LEIA TAMBÉM: Tempo seco gera alerta para problemas respiratórios em pets Simony retorna ao circo e canta Balão Mágico com a filha Lobo-guará ferido é resgatado por bombeiros em Marília "O animal, primeiro, é uma alegria. Agora, a Nutella já está idosa, está no final da vida, e, agora, vai voltar para casa. A gente tenta dar um pouco mais de tranquilidade para ela, pois é como se fosse um filho", contou Eric. Nutella é acompanhada no Hospital Veterinário da Unesp de Botucatu Reprodução/TV TEM A Síndrome da Disfunção Cognitiva Canina tem características semelhantes às do Alzheimer humano. Muitos tutores acabam confundindo os sinais apenas com a idade avançada dos animais, assim como explicou o pesquisador e professor da FMVZ/Unesp Didier Cagnini. "A Síndrome da Disfunção Cognitiva é uma doença muito semelhante ao Alzheimer dos humanos, tanto nos seus aspectos laboratoriais, quanto nos sinais clínicos que os animais apresentam. Os cães em envelhecimento são uma população cada vez maior e que compartilham o dia a dia conosco, a água, o ar que a gente respira, o mesmo ambiente. E por isso a importância de a gente estudar as doenças do envelhecimento, incluindo a Disfunção Cognitiva nessa população crescente de cães", relatou. Muitos tutores acabam confundindo os sinais apenas com a idade avançada dos animais Reprodução/TV TEM Sinais da doença Os cães envelhecem em ritmos diferentes, dependendo do tamanho e da raça. Os de pequeno porte, como shih tzu ou pug, costumam viver entre 13 e 16 anos. Já os de médio porte, como border collie ou golden retriever, entre 12 e 14 anos. Entre os de grande porte, como labrador ou dog alemão, a expectativa de vida varia entre oito e 12 anos. Segundo os especialistas, os sintomas da doença incluem desorientação dentro de casa, dificuldade em encontrar potes de água e comida, mudanças de comportamento, agressividade, ansiedade e andar compulsivo, principalmente à noite. Síndrome da Disfunção Cognitiva Canina tem características semelhantes ao Alzheimer humano Reprodução/TV TEM Estes sinais apareceram para o Benjamim, de 11 anos. A tutora Laísa Pinheiro da Silva percebeu mudanças de comportamento no cão, mas os exames clínicos não mostraram problemas de saúde. "No ano passado, o Benjamim começou a apresentar uns comportamentos diferentes que ele não tinha. Ele começou a ficar mais choroso, ele ficava com o olhar meio perdido e, aí, a veterinária que acompanhava ele pediu alguns exames para a gente ver se tinha algum problema, alguma doença, e não foi encontrado nada. Então, começou a suspeitar que poderia ser algo relacionado à idade, algo diferente, porque clinicamente ele não tinha nada", contou Laísa. Tutora Laísa Pinheiro da Silva percebeu mudanças de comportamento no cão, mas os exames clínicos não mostraram problemas de saúde Reprodução/TV TEM Tratamento A tutora contou que, na época, viu postagens sobre o trabalho de uma profissional que mencionavam animais com sintomas semelhantes aos que Benjamim apresentava. Essa profissional é Klysse Assumpção, pesquisadora que faz parte do grupo de veterinários da Unesp e estuda sobre o Alzheimer canino. Ela recruta cães a partir de oito anos, de vários lugares, para aprofundar a pesquisa e ajudar a trazer mais qualidade de vida para esses animais durante a velhice. Benjamin passou pelo tratamento e o estudo clínico, tudo de graça Reprodução/TV TEM "Quando o Benjamim chegou, na primeira avaliação dele na Unesp, ele estava bem ansioso, bem medroso, tanto que as avaliações posteriores dele foram em casa. Inicialmente, foi feito um questionário, e nós vimos que ele cumpria alguns pré-requisitos de uma numeração que a gente tem. Quando fiz a avaliação clínica e neurológica dele, identifiquei que ele poderia ter a Síndrome da Disfunção Cognitiva", contou Klysse. Benjamin passou pelo tratamento e o estudo clínico, tudo de graça. Laísa, tutora dele, percebeu o quanto ele já melhorou. "Com a medicação, ele também voltou a ter o comportamento normal. Então, para mim, é muito gratificante ter dois cães idosos, mas que apresentam qualidade de vida, que expressam o comportamento normal deles, que têm autonomia, que se alimentam bem, que brincam, que correm, e esse é o meu objetivo de dar essa qualidade de vida para eles", destacou a tutora. Estudo clínico De acordo com o professor Didier, pelo fato de a doença ser comparável ao Alzheimer humano, os testes de tratamento também servem para um possível tratamento em pessoas Reprodução/TV TEM O estudo clínico realizado na universidade é gratuito e recruta cães a partir de oito anos de idade. Segundo os pesquisadores, além de beneficiar diretamente os animais, a pesquisa também pode contribuir com a saúde humana. Por fim, ainda de acordo com o professor Didier, pelo fato de a doença ser comparável ao Alzheimer humano, os testes de tratamento também servem para um possível tratamento em pessoas. "São duas frentes principais. Uma é diagnosticar cada vez mais precoce esses animais e parte desse diagnóstico, inclusive, que ele possa ser utilizado para humanos. Depois, a intervenção precoce, que é a segunda parte, são métodos de tratamento para que possam esses animais ter melhor qualidade de vida. Eles também servirão e já servem para também testes clínicos de possíveis medicamentos que podem ser usados em humanos", explicou Didier. Estudo clínico realizado na universidade é gratuito e recruta cães a partir de oito anos de idade Reprodução/TV TEM Veja mais notícias da região no g1 Bauru e Marília VÍDEOS: assista às reportagens da região

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/tem-mais-pet/noticia/2025/08/28/pesquisadores-recrutam-caes-idosos-para-estudo-clinico-e-tratamento-gratuito-do-alzheimer-canino-veja-os-sinais-da-doenca.ghtml


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